quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Pensava sempre nas crianças, que viviam de ir a colégios caros, com roupas cor de vinho e sapatos coloridos. Pensava sempre na vontade que tinha de que algum dia, por ventura, uma delas viesse a olhar o mundo e desejar ajudar aqueles que se assemelhavam a ele. José Paulo nunca teve escolha, viveu e morreu para sempre ser o afago da riqueza do Rio de Janeiro. Viveu e morreu sem ser notado. Viveu e morreu com seus chinelos marcados na areia de Copa.
Limpou a sujeira imunda, fétida e descabida daquela sociedade carioca, que bronzeada, levava alegria as telas de TV. Fazia festa de carnaval quando o povo passava fome, cheirava padê e comia na terra.
José Paulo higienizava a escória da escória, mas viveu e morreu apenas deixando os chinelos marcados na areia de Copacabana.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Delirando
não tenho bens
e tampouco criatividade
para enriquecer
essa vida sofrida.
o que me resta
é o amor imenso
de dentro daquele rim
de fora daquele ouvido
ao lado daquele corpo.
não tenho vida
sequer tenho forças
sequer tenho alma
mas soul cativante
extremamente errante.
só o que me resta hoje
é um caderninho azul
uma canetinha rosa
e uma florzinha
no canto da folha daquele papelzinho.
CONDICIONAL - LOS HERMANOS
Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso
Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais
Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
No âmago do meu ser existe a intensidade de palavras jamais ditas e olhares jamais trocados. Há um sofrimento profundo, aceitável e insustentavel. Nada é mais brilhante, nada faz sentido e nada é mais lindo do que a minha vontade de vencer, acolher e viver para ser feliz...
Num lugar estranho, nessa sala suja e no meu quarto caótico: em todos os lugares só preciso da tua presença e ajuda. Não escrevo nada além das linhas avulsas que me servem de escape, viagem... Um caminho curvilíneo sem fim, adornado com as insanidades de uma mente incompreendida.
Não haverá saída em drogas, não surgirá saída em poemas, não existirá luz no final daquela musica. Só saltará o meu amor escrito em letras de neon perdidas numa noite taciturna e gelada.
Definitivamente não quero ser pernostica, mas preciso dizer que vivo de precisar você.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Eu vou sentir falta. Na verdade, já tô sentindo muita falta desse sossego, dessa minha cabeça avoada que agora vai ter que começar a funcionar. Até cartão de crédito eu vou ter. Cidade grande, vida de gente grande...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Primeiro de Fevereiro de mais um ano...
Obrigado por ser tão maravilhoso quanto distante.
Obrigado por nada.