voltar de viagem na maioria das vezes é um ritual difícil, repentino e triste. pelo menos para mim sempre foi. mas não dessa vez.
eu não conseguia mais esperar para voltar pra casa, para minha cidade; apesar de estar constantemente angustiada por lembrar do melancólico fato : a rotina me espera. odeio a rotina, mas no longo caminho de volta, percebi que ela me levará ao controle da situação: é um investimento a longo prazo e eu preciso de paciência.
passar alguns dias vendo faces e divergências de opiniões faz bem a qualquer ser humano, no meu caso, faz com que eu mude de opiniões e reafirme as que já afirmo com mais convicção. uma delas é: eu odeio a rotina. detesto acordar cedo, acho uma puta sacanagem do bicho homem. nos fazemos de mártires desde que o mundo é mundo. está frio, e acordar de manhã, no frio, numa segunda feira em que você fará uma prova de biologia as sete da manhã, é para desejo de morte. não é fácil. não vejo nada pior - pelo menos não agora.
vim com a cabeça nas nuvens (literalmente), e consegui fazer uma comparação/metáfora interessante:
sempre fiquei intrigada com o seguinte acontecimento: eu acho o céu maravilhoso, uma das coisas mais belas e surreais que já pude enxergar. porém, sempre que curvo a cabeça para cima, meus olhos doem. é o sol ferindo a minha vista.
o avião subiu por cima das nuvens e então notei: dessa vez, o sol não me machucara. eu estava em cima dele. olhei o céu como nunca havia olhado antes. era mais esplendoroso do que eu podia em vida imaginar. me senti, de real vontade, "o rei do mundo".
moral: para ter conforto, é preciso estar por cima. infelizmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário