o busum demora a passar
acendo um cigarro
e depois outro.
mais outro.
bartira
sumaré
capote valente
(é perto do seu trampo)
doutor arnaldo
angélica
gélida
a dor insiste.
homem tomando enquadro.
e o busum demora a passar.
e como eu queria que deus existisse
e que essa fosse minha preocupação mais importante.
dizer tchau a você é uma foda mal dada,
uma gozada interrompida,
um macarrão frio,
inverno sem cobertor,
inferno sem dor.
ver tudo tornar desgraça,
decepção e angústia.
viver a procura da porra da cura
que não existe, não tem remédio.
homeopatia que me valha é maconha.
nesse planeta é só podridão a existir,
pois nascemos da falta de escrúpulos,
vemos vídeos pornográficos,
gente comendo gente,
estocando sem piedade.
nascemos disso e como dói tentar sair...
viveremos presos a essa condição de bichos escrotos para sempre?
viveremos até quando morrendo por amor?
eu não sei dizer adeus,
eu não sei dizer oi,
eu me pego fitando o passado
almejando um futuro
buscando em outros o que você não pôde me dar.
agora, nesse instante, a culpa é de quem?
minha, que te dei minha autonomia
ou
sua, que preferiu a indecência das ruivas?
nesse momento vivo numa caixa de sapatos
apertada e escura,
onde sair dói,
o sol faz frio
o sol me mata
o sol vai tomar no cu.
nesse momento continuo buscando explicações
até o dia em que tudo vai virar
pó
novamente
pó
novamente
pó
novamente
pó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário