quarta-feira, 17 de junho de 2009

"mulher é bicho esquisito: todo mês sangra."

e antes de sangrar, a mulher passa por uma prova de fogo, questão de vida ou morte - tendenciando sempre a morte.
de fato eu adoro chocolates, sorvete, pizza, refrigerante. não me envergonho. odeio academia, sol e praia. mas usar um biquíni minúsculo e ver alguns homens olhando de modo que a minha auto estima fique elevadíssima não seria ruim. pena que eu odeio piscina também.
não preciso esconder as gordurinhas localizadas na perna, nos braços, e nem as insistentes espinhas - malditas espinhas.
não posso submeter-me ao sofrimento de acordar 30 minutos mais cedo para escovar o cabelo. morro de sono, sou mole, desligada e preguiçosa. nesses dias antes do "sangramento" então... tenho preguiça até de respirar.
não troco uma madrugada com o silencio do lar, bons filmes, pizza esquentada e um litro de coca-cola por uma noite agitada em meio a amigos. queria ter esse prazer: estaria em pé, suando, e gastando calorias pois não bebo e dificilmente como fora de casa: sou vegetariana.
ao entrar num shopping, fico deslumbrada com as roupas maravilhosas de grifes esplendorosas. mas se me vejo com 100 reais, compro dois livros e não uma calça. livrarias e lojas de discos me encantam. não que eu seja estudiosa; longe de mim! a minha maior nota em matemática é 1, esporadicamente vem um suado 2,5. não me garanto nem mesmo em redação, apesar de amar escrever e ter ótimas ideias. me pego de mãos atadas perante uma folha de papel.
na verdade, penso que não trocaria o meu cérebro pelo de ninguém. as vezes fico com medo - um medo tolo - de que nenhuma pessoa me deseje mais. que loucura... os homens que eu quero são pouquíssimos. não tem um corpo bonito, muito menos roupas da moda...
o que é isso... cada um tem "a sua hora e sua vez". certas pessoas devem ter problemas maiores que os meus, e com um pouco de esforço a minha vida seria perfeita. pena que sou como sou. afinal, o mais desrespeito do mundo é negar a própria identidade.

"Enquanto eles capitalizam a realidade, eu socializo os meus sonhos." - Sérgio Vaz.