terça-feira, 5 de julho de 2011

floresce a vida

a fumaça verde adocicou tudo
ficou espessa, sorveu a minha energia
me elevou ao encontro com deus
que usava óculos escuros
e cantava musicas guiadas pelas cordas
da guitarra de Jimi Hendrix.

me deixou na porta da alucinação
me deu uma caneta e um papel
entregou com a colher na minha boca
as sentenças para a criação mais sentimental
brilhante e nada obscura da minha existência.

me fez mamar nas tetas do êxtase
quando minha pressão foi abaixo,
quando Jah me soprou no ouvido
os caminhos que me levariam
ao ouro dos tolos,
ao elixir dos malucos...

essa fumaça capturou o peso dos meus pulmões
deixou eles limpinhos
me flagrou atônita, feliz e delirante

delirando...

delirante...

longe da paranóia que me guia
quando estou de cara
em casa,
na rua,
no ônibus,
na escada...

o farol não era mais vermelho:
ela es-car-la-te.
a palavra me levou a viajar.
o dom da palavra sempre me leva a viagens
hora insanas, hora apenas intensas.

divaguei, divaguei
e nada transformei
para isso apanhei outra purpurina verde
amassei, rasguei toda
e mandei via sedex telepático para dentro.