domingo, 10 de outubro de 2010

Exatamente, agora. Agora eu deveria estar dormindo. Mas estou aqui, pensando em como fugir das memórias que corroem minha mente. As malditas memórias.
Foi na semana passada. Semana passada eu quebrei mais um coração – é como eu disse: eu não amo ninguém, não quero bem a ninguém.

Estávamos eu e Katherine no quarto. Desfrutavamos de uma bela noite de amor: somente eu e aquela linda jovem. Supus que ela devesse saber minhas intenções, mas não sabia – ou pelo menos fingia não saber. Não me comovi e quebrei o coração dela. Quebrei em mil pedaços e joguei pela janela aos ventos, para que jamais voltassem a tirar minha paz.

Até agora não posso imaginar o que aquela exuberante inglesa de 17 anos quereria com um homem de meu tipo.

Ela encontrou-me num bar, o Vernita Club, quinta passada. Eu acabara de sair do expediente, e como de habito, estava somente esperando para tomar uma boa dose de uísque. Acendi um cigarro e ela apareceu. Estava vestida com uma calça jeans e uma blusa preta que salientava o busto. Pediu para sentar-se ao meu lado e eu concordei. Conversamos por um bom tempo. Eu estava auspicioso por uma companhia. Clamava por distração. Não dotei da astucia necessária para perceber que tratava-se de uma criança precoce. Katherine não era nada alem de uma criança carente e precoce.

Levei-a até meu apartamento, transamos e depois do ato fui ao banho. Ao sair, percebi que ela ainda não estava trocada e perguntei o que ela fazia em minha cama. Creio que a moça não tenha entendido, que, para mim, ela era apenas um objeto de desejo. Pedi para que se levantasse e vestisse sua roupa novamente. Ela caiu em prantos e me fez mil perguntas do tipo “Por que eu estaria agindo daquele modo com uma inocente menina de 17 anos?”. Não respondi, e as únicas palavras que saíram de minha boca foram: “Você precisa de um pai, não de um penis.”

Ela correu, batendo a porta.