domingo, 17 de abril de 2011

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Situações que me fogem ao controle deixam-me diabolicamente intrigado. Ao contrario disso, considero-me um homem hedonista. Na verdade, sou um homem hedonista quase por completo, pois amo o meu trabalho, mas horas sinto vontade de larga-lo. Não sou do tipo que gosta de acordar cedo e ter horários ao longo do dia. Chega a ser torturante e desfacelante aos meus olhos.

Minha vida poderia ser chamada de “boemia” por muitos e talvez, de fato, seja. A questão é que não sou um boêmio por que quis assim. Os lances da vida me fizeram assim. As circunstancias me enganaram as vezes, e deste modo, decidi seguir sozinho a minha historia.

Olho-me no espelho, e nada mais vejo senão as rugas que agora estão protuberantes na região superior de meu rosto. Meus olhos ainda são cinzas e tristes como a vinte anos atrás. Meu cabelo continua a cair, e adquiri uma barba que me deixou com aspecto de velho. Meu sorriso, outrora constante, hoje está em tom amarelado, como as areias de um deserto sob um sol escaldante. Entre tantos cigarros, não obtive nenhum beneficio. Apenas consegui amarelar-me a boca.