quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cansada de procurar motivos para entender a vida, ******* calou-se e propôs a si mesma que levasse sua existência da meneira constante que já estava levando a algum tempo. Ela queria trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, porém, não estava satisfeita com o seu trabalho. Dar aulas de inglês não fazia seu coração palpitar - ela tinha isso como profissão pois morou em NewOrleans durante algum tempo devido ao trabalho de sua mãe no consulado.
Ela não gostava de caminhar pelas ruas de Copacabana. Não gostava de sentir a presença de muita gente aglomerada e adotou a teoria de que talvez existisse muita gente ou pouca calçada ou então muita gente para pouca calçada.
Tinha loucura por suas gatas. Tinha alguns machos também, mas não eram castrados e fugiram de seu apartamento.
******* passava a maior parte do tempo sozinha. Tinha um namorado que a visitava algumas vezes por semana.
Nos momentos de solidão, pintava quadros e escrevia poemas em inglês.
A mulher garota não conseguia olhar nos olhos das pessoas. Tudo o que ela dizia era verdade e o fato de não conseguir encarar seus interlocutores cabia apenas ao medo que ela sentia. Um sentimento de medo desconhecido que não ousava explicar e nem sequer entender.
******* se auto intitulava "uma pessoa dúbia" por detestar certas coisas e mesmo assim, amar incondicionalmente outras.