domingo, 14 de abril de 2013


Dia 2. Nível de amor: cem por cento.



O ventilador que causava tantas brigas não gira mais. Não sei dizer se era pirraça minha, ou se seu corpo era quente demais, ou se hoje está muito frio. Mas ele não roda, não existe mais barulho infernal, nem vento pneumônico.

Será que as hélices do ventilador são como a nossa vida? Giram, giram, giram só para nos dar conforto. Mas uma hora, por que queremos, elas param de funcionar. Está sendo assim. Do mesmo jeito que meu ventilador não trabalha mais, minha mente também não trabalha.

Me dói saber que talvez você tenha falado a verdade. Me dói mais ainda achar que você mentiu. Pois você é uma pessoa esquisita.

Fui ao show do Caetano, onde chorei. Chorei desde a terceira música até a última. Chorei em Tieta também. Chorei feito um bezerro. Sou “quase um bicho triste”.

Depois, fui ao Mc Donalds. Na Henrique Schaumman. Aquele, em que fomos daquela vez. Quando estávamos transbordando de amor e paixão. Passamos frio juntos só para comer um lanche gorduroso e voltar pra casa. Era o ritual chamado “ficar fofinho”.

Me dói saber que talvez você tenha falado a verdade. Me dói mais ainda achar que você mentiu. Pois você é uma pessoa esquisita.

Depois, fui pra Augusta. A Augusta é um dos lugares que mais odeio, você bem sabe. Mas minhas amigas estavam lá e não quero conviver com elas só quando eu precisar. Quero conviver e só.

Voltei pra casa de táxi.  Senti vontade de contar nossa história ao taxista. Saber a opinião de um estranho que, provavelmente, me confortaria. (Obviamente que ele não diria o que eu não quero ouvir.)

Quando ele parou na porta de casa, me ofereceu uns chicletes de caixinha. Aceitei dois. Mas agora tenho medo de comer. Por que um taxista me ofereceria chicletes? Ele viu minhas amigas com pena de mim, ou eles tem crack na composição? Não sei.

Me dói saber que talvez você tenha falado a verdade. Me dói mais ainda achar que você mentiu. Pois você é uma pessoa esquisita.

Agora pretendo me deitar e não te ligar amanhã, nem depois. Meu deadline é uma semana. No sábado que vem, ou na sexta, vou tentar contato com você. Isso se as coisas estiverem horríveis como ainda estão.

Não consigo tomar nada como definitivo. Não até você dizer que comeu outra pessoa. Aí, com o coração despedaçado, conseguirei.

Será que você saiu hoje? Será que está dormindo na cama de alguma peituda? Estou com medo por que amanhã é um domingo. Sim, você trabalha aos domingos, mas não amanhã. E foi por isso que sonhei com o show do Caetano ao seu lado. Pois chegaríamos em casa, faríamos um sexo bem feito e acordaríamos juntos sem a necessidade de pular cedo da cama. Seria o dia perfeito.

Mas você disse que não sente mais a minha falta. O que posso fazer? Dar seu espaço. E não ser cruel comigo. Nem dura como você foi. Pois não sou assim.

Me dói saber que talvez você tenha falado a verdade. Me dói mais ainda achar que você mentiu. Pois você é uma pessoa esquisita.

_________________________________________________________________

Isso aqui é como um diário público. Vou escrever o que sinto como se meus escritos fossem um diário público. 

Espero que não me peçam motivos para isso.