terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ode de sede - por hora, a molecagem.

Ah, a malandragem...

A malevolência.

O jeito de andar jogado.

O desequilíbrio entre os pés e as mãos...

Usam constantemente a malandragem como se soubessem manuseá-la. Querem enfiar a mão por dentro do decote alheio a qualquer custo.

[não sentem vergonha disso]

A arma mais perigosa que um falo espertinho pode possuir.

E eu, que depois de aprender a mentir para os homens, peguei essa ação desumana como regra: gosto de menininhos indefesos que se acreditam muito poderosos. Se meus quadris acompanharem a dança lenta desses pés, o gozo será imediato. Haverá uma invasão de suor

e rios de cabelos nos travesseiros do Bob Esponja

e cuecas minúsculas caídas pelo chão do quarto

e camisinhas refrescantes (ora aquelas que esquentam)

e cadarços segurando as bermudas largas daqueles corpinhos sem bunda

e pílulas do dia seguinte.

Não. Não há nada mais doce.

[não posso enxergar, onde está?]

Nada é mais açucarado do que aquela voz tentando escalar a minha suposta grandiosidade intelectual,

a minha falta de vergonha,

a minha necessidade de afronta,

o meu ataque mais letal: a capacidade de enganar.

[olhos balouçantes, molengos]

{quentes}

São ventríloquos. Na minha mão, são ventríloquos. Para os quais eu conto historias

[mas antes disso, ouço historias desinteressantes só para ver naqueles olhinhos a felicidade por estarem enchendo a mulher amada de curiosidade.]

para os quais eu dou meus ombros afim de que repousem ofegantes.

Moleques são mais amorosos. Eles não tentam dar uma aula sobre o bouquet daquele vinho Frances,

[que eu costumo roubar no Pão de Açúcar, sempre acompanhada de um molecote gentil]

ou sobre o quão difícil é sair de casa, pois eles já passaram por isso.

Eles querem, incessantemente e somente, arrancarem risos eufóricos da minha garganta.

Eles querem fazer careta ao embeber meu Royal Salute.

Eles querem me provar, por tudo aquilo que é mais sublime no mundo, que:

The Doors > Led Zeppelin.

. . .

Apaixonantes.