sexta-feira, 28 de agosto de 2009

meus (eternos) amores.

Psicologia de um vencido - Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro da escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influencia má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me a boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

(não sei se eu já postei esse poema, mas acho ele um dos mais lindos que eu já vi!)
oh well, well.

eu não sei por que eu adoro dormir. bom, não vou mais mentir: eu sei. na realidade eu tenho sonhos muito bons.

essa noite eu sonhei com duas pessoas que eu amo de paixão. duas das pessoas mais importantes da minha vida, que, por ventura, estão longes de mim. quando eu sonho com eles parece que é tudo real... parece que tudo o que acontece é verdadeiro. eu adoro sonhar.

mas eu acordei, as 6 da manhã com a minha mãe me chamando e fiquei muito triste.
triste por viver uma vida que talvez não seja a minha e não me empenhar para conseguir tudo aquilo que eu sempre quis. eu sou de fato realista. não penso positivo quando não ajo positivamente. esse negocio de pensar muito no que se quer, vira balela quando não há ação. bom, pelo menos é assim que eu vejo...
fui pra escola, tive uma "maravilhosa" aula de matemática, e fiquei pensando no tanto de coisas bestas que a gente aprende nessa vida, quando poderíamos estar fazendo tudo aquilo que mais gostamos. não interessa se é fumar maconha ou ir à igreja.

fiquei lembrando do sonho que eu tive, e o quanto a vida é cruel. é cruel, talvez por que eu não seja corajosa. não tenho coragem de largar tudo, botar o pé na estrada e viver a vida.

meu professor de espanhol veio com uma historia de "como aproveitamos o nosso tempo". cheguei a seguinte conclusão: nesses meus 17 anos de vida, talvez eu tenha feita pouquissimas coisas úteis. e sim, eu mudaria bastante coisa...
não me arrependo de (quase) nada. eu adoro ser quem eu sou, mas eu tenho consciência de que pago um preço por isso. e é caro. vivo em "débito" comigo mesma. eu podia comer melhor, dormir mais tempo, me exercictar...
deveria ser mais organizada, mais responsável... mas eu acho esse negocio de "sentido" pras coisas um saco! odeio dinheiro, odeio acordar cedo, odeio fazer cara de felicidade pra quem eu detesto. e as vezes eu chego a pensar que todo mundo é assim. talvez seja, talvez não...

o fato é: eu procuro a felicidade, mas morro de medo do que pode acontecer quando eu encontrar... me acho muito mal agradecida... eu tenho uma casa linda e confortável. ótimos pais. comida boa. carro, escola, internet, inglês, sapato, bolsa, perfume, viagem. tenho muita coisa pra perder. isso é assustador.

eu preciso aproveitar melhor a minha vida, meu corpo e meu tempo. não sei por onde começar, mas isso vai ter que começar. algum dia...