domingo, 24 de abril de 2011

porquinho

eu não sei
amar de uma vez
só, um homem


eu não sei amar
de uma vez
só,
um homem só

eu não
sei amar
de uma vez só,
um homem só

eu preciso amar
três homens de uma vez
para crer
que amo três

eu preciso
amar três
homens de uma vez
para crer que amo três

eu preciso amar três homens
para saber de uma vez
que eu não amo um
que eu amo dois
mais do que três
e que eu amo três
mais do que um
e para saber além
que eu amo sem saber amar
que eu crio expectativas
que eu desmonto a mente
e que eu não amo três
que eu acho que amo um
mas que eu preciso
amar três homens
pois eu não sei
nunca saberei
amar somente um homem

flor de sal

pai
mãe
filho
filha

vercillo no som
schopenhauer na mente
minha dor de dente
e um corte no cuore

as taças com vinho
de água meio cheias
de vida meio vazias
de alegria...

um espirro de velho
uma véia bebada
uma piveta pelada
um garçom tarado

uma porta bateu
um cadeirante cedeu
a luz encolheu
e o peido fedeu

mais que coisa linda
era aquela menina
xadrezinha
bonitinha
princesinha

inha inha

princesinha
do papai
da mamãe
do titio

bonitinha
inha inha

e a burguesia continua podre.