quinta-feira, 29 de julho de 2010

DESABAFO: LONGO E MAL ESCRITO.

Bem, isso é constrangedor. Viver num mato sem cachorro constante, sem poder correr ou ser feliz de verdade. Tanta coisa ruim acontece e qualquer sinal de bonança parece um mar de alegrias. Não é bom, não é saudável.
Sou o tipo de gente que enfrenta as situações tentando poupar a minha dor e a dor do outro na minha frente. Não tenho medo de olhar no olho e dizer aquilo que precisa ser dito. Digo para o ser em questão e para os seres que não estão em questão: simplesmente não sou capaz de segurar mais nenhuma sentença, exceto em algumas ocasiões, para algumas pessoas. Isso é o que me preocupa. Essas pessoas de quem eu falo são as mesmas que deveriam me dar bons exemplos e resguardo nos dias escuros. Mas as vezes eu sinto nojo e repugnância das mesmas... Não é por que a vida está muito boa que devemos desafiar o acaso, brincar com a sorte. O mundo merece respeito. O serviçal merece. A puta merece. A criança merece. O mendigo e o indigente também. O MUNDO MERECE RESPEITO.
Jogar bosta no dinheiro e na integridade das pessoas não é direito. Corromper a vida de um humano em formação não é direito. Achar que a vida é boa demais não é direito. Achar que eu sou feliz demais é ilusão.
Não acredito que para sentir-se realizado e vingado seja necessário fazer coisas que eu não quero só para mostrar que eu tenho o poder na minha mão. Só faço o que quero. Nasci assim e tenho total autonomia para isso. Não sei comprar por comprar, comer por comer, amar por amar.
Não sei viver de falsas expectativas e muito menos com gente suja e hipócrita ao meu lado. É isso que eles são... Mesmo sem saber. As pessoas mudam com a convivência de outras. O luxo mata a bondade e a simplicidade. Eu gostava mais de andar com sapato de plástico e camisa de propaganda, de verdade - não mentia pra ninguém quando a minha vida era assim. Não quero ser formada e ganhar rios de dinheiro, tampouco quero amigos que me gostem somente por isso.
Eu PRECISO de uma família de verdade... Eu preciso que me escutem pelo menos uma vez. Eu sofro por isso e a cada dia percebo que não tenho a obrigação de amar quem tem o meu sangue.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cansada de procurar motivos para entender a vida, ******* calou-se e propôs a si mesma que levasse sua existência da meneira constante que já estava levando a algum tempo. Ela queria trabalhar mais e ganhar mais dinheiro, porém, não estava satisfeita com o seu trabalho. Dar aulas de inglês não fazia seu coração palpitar - ela tinha isso como profissão pois morou em NewOrleans durante algum tempo devido ao trabalho de sua mãe no consulado.
Ela não gostava de caminhar pelas ruas de Copacabana. Não gostava de sentir a presença de muita gente aglomerada e adotou a teoria de que talvez existisse muita gente ou pouca calçada ou então muita gente para pouca calçada.
Tinha loucura por suas gatas. Tinha alguns machos também, mas não eram castrados e fugiram de seu apartamento.
******* passava a maior parte do tempo sozinha. Tinha um namorado que a visitava algumas vezes por semana.
Nos momentos de solidão, pintava quadros e escrevia poemas em inglês.
A mulher garota não conseguia olhar nos olhos das pessoas. Tudo o que ela dizia era verdade e o fato de não conseguir encarar seus interlocutores cabia apenas ao medo que ela sentia. Um sentimento de medo desconhecido que não ousava explicar e nem sequer entender.
******* se auto intitulava "uma pessoa dúbia" por detestar certas coisas e mesmo assim, amar incondicionalmente outras.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

- Os amores que joguei pela janela esperando você...
- Jamais pedi que me esperasse. Dei certeza de meu caráter duvidoso e de minha vida insensata.
- Não te culpo por isso. Acho que o erro foi inteiramente de minha parte, deveria ter ouvido as pessoas que me quiseram bem.
- Concordo com você, apesar de gostar da sua presença e da sua carne.
- Você gosta da minha presença?
- Gosto da sua presença.
- ...
- Gosto da sua presença e de você, mas não tenho o mínimo controle sobre as minhas ações. Voltaria a te magoar se você me deixasse.
- Você é sádico?
- Eu não sou sádico.
- O que você é, então?
- Sou egoísta. Quero você, mas não sei querer apenas você.
- ...
- ...
- Pode voltar a noite, a porta estará aberta.
- Você me perdoou denovo?
- Sim.
- Não voltarei essa noite.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

nota: quem escreveu essa musica do Engenheiros foi o Hugo. pra mim, Engenheiros é coisa de viado.
(as pessoas me odeiam por isso)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

4 de Abril de 1958 - 7 de Julho de 1990
"meus heróis morreram de overdose. meus inimigos estão no poder. IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PRA VIVER!"

terça-feira, 6 de julho de 2010

QUE PAIS É ESSE?

Difícil não se lembrar do título da canção de Renato Russo, cantada pela sua banda Legião Urbana, ao ler a coluna da competente Mônica Bergamo no último domingo. Antes de seguir em frente, digo logo que não sou nenhum comunista. Considero o capitalismo, dentro das circunstâncias atuais, o modelo mais apropriado para garantir o crescimento da economia mundial, com seu estímulo à competitividade e à lucratividade. Não é um modelo perfeito, mas funciona com todas as suas imperfeições. Entre elas, a principal, em minha opinião, é não ter eliminado ou reduzido a contento o fosso entre ricos e pobres.

Bem, voltando ao início, é exatamente por isso que, ao ler a coluna de Mônica Bergamo, bateu o mesmo questionamento de Renato Russo. Impossível, na minha opinião, ler o "Guia da Pechincha" e não perguntar "que país é esse?". Está lá impresso, no caderno Ilustrada da Folha, que foi aberta a temporada de liquidações das grifes internacionais e clientes saíram correndo para comprar casacos por R$ 28 mil, vestidos por R$ 16 mil e botas por R$ 3.000. E, segundo registra a jornalista, a turma do andar de cima, como diz Elio Gaspari, achou tudo barato, avaliou que "o preço tava ótimo!".

A coluna de Bergamo revela o mundo da pechincha das grifes internacionais, de como o andar de cima consome o seu dinheirinho. Tudo bem, eles têm direito de gastar sua grana do jeito que quiserem, ainda mais se foi ganho honestamente. Ninguém tem nada com isso. Cada um faz o que quiser com o que é seu. Não vou nem entrar em comparações sobre quantas famílias poderiam receber o benefício do Bolsa Família com o casaco de R$ 28 mil adquirido na liquidação. Gostaria, sinceramente, é que a turma que governa esse país parasse para meditar um pouquinho sobre essas cenas de realismo fantástico relatadas no "Guia da Pechincha". Principalmente os políticos, como Serra e Dilma, que, neste ano eleitoral, estão disputando a sucessão do presidente Lula.

Sabe por quê? Primeiro, porque, proporcionalmente, o rico paga muito menos imposto do que as classes média e baixa desse país chamado Brasil. A baixa não paga impostos diretamente, mas sofre com a tributação indireta embutida nos produtos que consome. A média é tributada diretamente pelo Leão da Receita Federal e não tem como fugir da mordida. Quando tenta, corre o risco de cair na famosa malha fina. Já a classe alta, a verdadeiramente rica, tem fórmulas e fórmulas de fugir da tributação. As famosas brechas tributárias, ou elisão fiscal, no jargão fiscal. Assim, essa classe deixa de contribuir como deveria para os cofres públicos.

Enquanto isso, ela desfila pelas liquidações de grifes internacionais, torrando até R$ 200 mil em casacos de pele, de couro e outras peças por cabeça. Isso mesmo, uma única pessoa torrou essa grana na liquidação. Repetindo, se o dinheiro é dela, o que eu tenho com isso? Ela tem o direito de fazer da sua grana o que bem entender. Só que, quem governa esse país, deveria dar uma olhada mais atenta sobre essa turma. Checar se realmente está pagando impostos equivalentes ao seu poder de compra. Com certeza, vão descobrir que muitos não estão. Posso estar errado, mas a pessoa que comprou uma única peça de grife internacional por R$ 35 mil pode muito bem não ter contribuído para a Receita tanto quanto um assalariado de classe média. O triste da história é que, se esse grupo pagasse na mesma proporção que os demais, o tal fosso entre ricos e pobres poderia ser menor.

Aí vem o segundo ponto que os candidatos deveriam observar. Enquanto alguns poucos têm mais do que o suficiente para torrar sua grana em grifes internacionais, a maioria sobrevive com baixos salários. Esse fosso entre classes é o retrato da nossa desigualdade de renda, que está entre as maiores do mundo. Isso mesmo, continua sendo uma das maiores do mundo. E trabalhar para reduzi-la não significa ir contra o sistema em vigor. Pelo contrário. A experiência mostra, inclusive, que a economia melhora quanto mais renda for distribuída.

O detalhe dessa questão é que ninguém se mostra muito disposto a mexer com esse pessoal da classe alta. Principalmente quando se chega ao poder e com ele começa a conviver.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/valdocruz/762301-que-pais-e-esse.shtml

quinta-feira, 1 de julho de 2010

HUGO E A MÃE DELE (puta que pariu, dispensa descrições)


SONETO - CHICO BUARQUE

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo

Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio


(um dos poemas mais lindos que eu já li)