segunda-feira, 25 de julho de 2011

Prece

de pé no chão
vestida de anjo
com asas

invisiveis .

chinelo de lado
e um canto baixinho.

os dedinhos entres os cachos

o olhar de quem protege

uma pretensão de zelo
e intenso amor.

é o abrigo que busca
é a casinha no mato
é a fuga do sofrer,

o alixir para viver.
Já Bocage não sou!... À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos céus ultrajei! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura.  Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento. Musa!... Tivera algum merecimento, Se um raio da razão seguisse, pura!  Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria:  Outro Aretino fui... A santidade Manchei!... Oh! Se  me creste, gente ímpia, Rasga meus versos, crê na eternidade!

Manuel Maria Barbosa du Bocage