quarta-feira, 30 de junho de 2010

não

presença.

não



presença.




vazio.




vazio.


vazio.



vazio.
finalmente o meu companheiro de blog, Hugo Giazzi, resolveu fazer alguma coisa nessa bosta. até então eu carregava isso nas costas.
"O amor é feio
Tem cara de vício
Anda pela estrada
Não tem compromisso

O amor é isso
Tem cara de bicho
Por deixar meu bem
Jogado no lixo

O amor é sujo
Tem cheiro de mijo
Ele mete medo
Vou lhe tirar disso

O amor é lindo...

O amor é lindo
Faz o impossíve
O amor é graça
Ele dá e passa

O amor é livre
O amor é livre
O amor é livre
O amor é livre"

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"O show era no Rock in Rio, um festival de dez dias com Queen, Rod Stewart, AC/DC e Yes. Um milhão e meio de pessoas compraram ingressos. Mas eu fiquei desapontado com o lugar. Tinha esperado ver a Garota de Ipanema em cada esquina, mas não vi nenhuma. Havia só um monte de crianças pobres correndo pelo lugar como ratos. As pessoas eram ou absurdamente ricas ou viviam nas ruas --parecia não haver nada no meio." - Ozzy Osbourne
(Em janeiro de 1985, no Rock in Rio)


http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/752891-leia-trechos-da-biografia-do-ozzy-osbourne.shtml

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"Don't tell me to stop
Tell the rain not to drop
Tell the wind not to blow
Cause you said so


Tell the sun not to shine
Not to get up this time, no, no
Let it fall by the way
But don't leave me where I lay down


Tell me love isn't true
It's just something that we do
Tell me everything I'm not
But please don't tell me to stop


Tell the leaves not to turn
But don't ever tell me I'll learn, no, no
Take the black off a crow
But don't tell me I have to go


Tell the bed not to lay
Like the open mouth of a grave, yeah
Not to stare up at me
Like a calf down on its knees


Tell me love isn't true
It's just something that we do
Tell me everything I'm not
But please don't tell me to stop"
é uma imagem de Deus na terra
uma figura para olhar e amedrontar-se
de uma pureza que some
com toda leveza que vai indo, vai indo...

a vida perde o sabor da aventura
por melhor que esteja, está fria e dura.
um brilho luzente hoje é sombra
que lembra passado, tragédia e miséria.

qualquer sinal de clareza garante sorriso
maravilha incessavel e inalcançavel.
estando num beco ilustrado por estrelas negras
qualquer fio de luz é paz constante.

fim da linha marcada por pegadas
que ficaram leves, expostas a qualquer vento
cruel, forte, malvado, impiedoso
de uma leveza que vai indo, vai indo...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

JOSÉ DE SOUSA SARAMAGO

16 de Novembro de 1922 — 18 de Junho de 2010


"Para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo."

"É preciso variar: se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca."

"Há situações na vida em que já tanto nos dá perder por dez como perder por cem, o que queremos é conhecer rapidamente a última soma do desastre, para depois, se tal for possível, não voltarmos a pensar mais no assunto."

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas..."

"As insolências reacionárias da Igreja Católica precisam ser combatidas com a insolência da inteligência viva, do bom senso, da palavra responsável. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só têm interesse no poder."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

"querida filha

o papai fugiu para a Índia com uma prostituta colombiana. vendi a casa e deixei 500 reais para você pagar a mensalidade do cursinho no mês que vem. também deixei uma indicação na padaria do Robson para você ser garçonete e conseguir terminar seus estudos.
seu irmão agora tem uma banda de gente colorida e foi morar com o namorado dele no Rio de Janeiro.
vendi so cachorros - inclusive a nicole - para uma empresa chinesa que processa carne canina afim de ter mais dinheiro, já que decidir ter mais filhos com a Consuelo.
sua mãe mandou dizer para você não esquece-la naquela clínica de reabilitação para dependentes químicos.
não sei como será a sua vida a partir de agora. queria te dar alguma coisa para ajudar o sustento do seu filho que virá a nascer. 17 anos e grávida do Valdão Pedreira... como a vida muda, né?
infelizmente só posso desejar boa sorte.

ass: Papai."

ok, as coisas poderiam estar piores.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

eu não espero mais a vida passar pensando em grandes aspirações futuras.
percebi que a vida é uma obra de schopenhauer e que só faz sentido quando entendemos que "a vida é um pêndulo que oscila entre o desejo, a vontade e o tédio". torno a dizer, "a vida é um pêndulo que oscila entre o desejo, a vontade e o tédio".
hoje eu estou amargamente frustrada, dilacerada por sentimentos que correm a flor da pele e dignamente triste.
amanhã ou depois, estarei feliz por algum motivo. talvez uma vitoria alcançada...
dias após a felicidade, encontrarei a angustia novamente. terei uma luta violenta e cheia de sangue contra ela. vencerei, e como premio, terei a felicidade novamente na palma da minha mão.
algum tempo depois, a mesma escorregará sem que eu perceba e partirá sem deixar carta de despedida. é quando a tristeza virá me visitar.
e assim, sucessivamente.

parei de acreditar na vida e nas coisas boas que ela pode me trazer um dia.
parei de acreditar nas pessoas e em suas lamurias. todas justas - ou, pelo menos, justificáveis.
"o sentido da vida é a total ausência de sentido".

observarei tudo de longe, com movimentos hermeticos e discretos.

viverei a cada dia tentando mudar o mundo ao meu redor, pois não consigo fechar os olhos e cair num isolamento egoísta. vejo além do que as pessoas precisam e isso não é pretenção ou arrogância de minha parte.
sou digna de amor, pois sou amável. precise de mim e te darei minha mão e meus ouvidos.
não aproveite da minha bondade, pois em mim há muito amor.

não tentarei ser perfeita, pois "perfeição demais me agita os instintos. quem se diz muito perfeito, na certa encontrou um jeito insosso para não ser de carne e osso!", mas tentarei encontrar motivações para a vida.
viverei no caos da depressão quando preciso for e no doce da alegria quando puder.
jamais tentarei dar sentido a vida.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

olhei para as ruas vazias da minha cidade e senti um aconchego jamais sentido. por incrível que pareça, quando eu olhei ao meu redor, tive a sensação de ser parte daquele lugar.
andei por um quarteirão até uma mercearia aqui perto. comprei um quilo de macarrão para fazer sopa de feijão e voltei andando de cabeça para baixo, olhando a minha calça de brim batendo no meu chinelo branco. era um dia frio, e além da calça eu usava um moletom cinza.
cumprimentei dois senhores que, sentados, contavam causos. um deles tinha um cachorro deitado aos seus pés e o outro usava chapéu. eu não conheço aqueles senhores, mas sempre os vejo sentados no mesmo lugar, com o mesmo chapéu e o mesmo cachorro.
ao virar uma esquina, senti uma pedra perfurar meu pé direito. de imediato pensei em chorar. eu odeio sentir dor, ainda mais quando esta é seguida de sangue. fui mancando até o portão da minha casa, e antes de tocar a campainha para que minha avó me atendesse resolvi olhar meu pé: não havia sangue, mas havia muita dor. então, toquei a campainha. minha avó custou a atender e tudo o que ouvia-se eram latidos de dois poodles que ficam no meu quintal. babie e nino.
toquei denovo temendo que os latidos pudessem ter abafado o som do aparelho. foi quando eu ouvi minha avó gritar "espera um pouco!", e nesse momento, ciente de que passaria rápidos dois minutos em frente a minha casa, olhei para o céu. desci a vista um pouco e vi vários prédios. vi algumas árvores, coqueiros... senti que tudo aquilo era meu e lembrei-me de coisas que fiz naquele pequeno centro comercial de Catanduva.
vi a cena de amigas em um apartamento (eu, jéssica, manuela e monica). vi a cena de dois irmãos nadando na piscina do clube de tenis (eu e arthur). vi a cena de uma menina comprando uma boneca barbie para ganhar no natal (eu, minha avó, meu irmão e minha mãe). vi a cena de uma classe de oitava série na missa de formatura (a minha oitava série).
percebi que não odeio integralmente essa cidade. prefiro lugares onde o fluxo de pessoas é maior, mas acho que não reclamarei com tanta frequência daqui por diante.
minha avó abiru o portão afobada e disse "obrigada, filha. coloco batata na sopa?"
"sim, vó. pode por..."