sábado, 8 de janeiro de 2011

Rosa

havia um vale ali.
onde não se enxergava além de colinas
e não se bebia alem daquelas águas.
haviam sete meninas naquele vilarejo.
uma que era a Violeta,
uma que era o Cravo,
o Ibisco, a Bromélia,
a Margarida, o Anturio
e a Rosa.
das seis primeiras não se esperava nada,
das rosas, a ultima era a mais bonita.
sem cheiro, pobrinha, vesguinha...
a mais bonita.
Rosinha amarelinha, pequena
abundada de ignorância.
sem veste, sem saia, de pé descalço
grosso, feio, imundo de terra
das raízes fracas que a fizeram.
aquela semente rota, sem vida
que pariu a Rosa mais linda, menos amarela...
e ninguém mirava a bela rosa daquele jardim,
e todos miravam a Violeta, instigavam, aguçavam
a Violeta, o Ibisco...
não, a Rosa nunca.
não era vista além daquele vale verde
de terra boa, gente honesta.
que não enxergava, não via,
andava sempre em frente, sem olhar além da montanha
que gerava a bestialidade
abortava a felicidade
e vingava a luxuria das flores daquele lugar.