sexta-feira, 29 de julho de 2011
sim
o som do cavaco
terça-feira, 26 de julho de 2011
Dia desses
Sendo observada pelos únicos olhos do lugar, Catarina permanecia sentada de frente para o psicanalista fascinada pela pintura posicionada na parede de trás. A falta de cabelos dele refletia a pouca luz do lugar, levando-a a concentrar-se em tudo, menos na analise.
Saiu do consultório, vestiu um casaco e armou-se com seus inseparáveis óculos escuros. Sentia fortes dores no estômago, náuseas infernais e uma imensa falta de ar – o que não era motivo plausível o suficiente para que ela não retirasse um maço de cigarros da bolsa. Acenou para um táxi, sentou-se e delirou ao redor das palavras de Gabriel Garcia Marquez em seu memorável “Memória de minhas putas tristes”. Não tomou nota acerca do transito caótico da capital paulistana, tampouco do menino malabarista que desdobrava-se clamando por um trocado qualquer. Era mais uma vez seu livro preferido quem a completava e tomava toda a atenção de Catarina.
Ao subir as escadas de seu apartamento assombroso, sentiu tudo aquilo que não havia ingerido remoer suas vísceras, esmagando fígado, pulmão e coração, que agora, pulsava acelerado. Não tardou a entrar em casa e esparramar no chão um golfo imundo e fétido. Arrastou-se até a geladeira e embebeu da garrafa alguns densos goles de água fria. Jogou-se nua na cama, flutuou feito uma pena desprovida de forças: lembrou-se de que as regras estavam demasiadamente atrasadas.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Prece
Já Bocage não sou!... À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos céus ultrajei! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura. Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento. Musa!... Tivera algum merecimento, Se um raio da razão seguisse, pura! Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria: Outro Aretino fui... A santidade Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia, Rasga meus versos, crê na eternidade!
Manuel Maria Barbosa du Bocage
domingo, 24 de julho de 2011
240711
sábado, 23 de julho de 2011
uma vela, um colchão, um violão
Não, não consigo...
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Rimbaud me salva constantemente.
Fixava vertigens.
Criei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas.
Tentei inventar novas flores, novos astros, novas carnes, novos idiomas."
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Construção sentimental
quarta-feira, 20 de julho de 2011
De Alberto para Catarina
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Faz muito tempo... e não passa!
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Ambiciosa
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar ...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar ...
Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar !
Minh’ alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus !
O amor dum homem ? Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem ? Quando eu sonho o amor de um Deus ! ...
- Florbela Espanca
terça-feira, 12 de julho de 2011
boneca de pano
nota:
segunda-feira, 11 de julho de 2011
110711
domingo, 10 de julho de 2011
Eu e meus olhos de criança
sábado, 9 de julho de 2011
Redoma
sexta-feira, 8 de julho de 2011
As amarras
quinta-feira, 7 de julho de 2011
...
terça-feira, 5 de julho de 2011
floresce a vida
ficou espessa, sorveu a minha energia
me elevou ao encontro com deus
que usava óculos escuros
e cantava musicas guiadas pelas cordas
da guitarra de Jimi Hendrix.
me deixou na porta da alucinação
me deu uma caneta e um papel
entregou com a colher na minha boca
as sentenças para a criação mais sentimental
brilhante e nada obscura da minha existência.
me fez mamar nas tetas do êxtase
quando minha pressão foi abaixo,
quando Jah me soprou no ouvido
os caminhos que me levariam
ao ouro dos tolos,
ao elixir dos malucos...
essa fumaça capturou o peso dos meus pulmões
deixou eles limpinhos
me flagrou atônita, feliz e delirante
delirando...
delirante...
longe da paranóia que me guia
quando estou de cara
em casa,
na rua,
no ônibus,
na escada...
o farol não era mais vermelho:
ela es-car-la-te.
a palavra me levou a viajar.
o dom da palavra sempre me leva a viagens
hora insanas, hora apenas intensas.
divaguei, divaguei
e nada transformei
para isso apanhei outra purpurina verde
amassei, rasguei toda
e mandei via sedex telepático para dentro.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
doutor T.
uns morros
delineados
no relevo
de uma pele alva.
a pele
mais bonita
que já vi
e toquei.
uma pele alva,
far far away.
domingo, 3 de julho de 2011
"o único motivo razoável para o seu sumiço seria você estar morto."
é tudo o que eu não tenho
quando tento te violentar,
quando jogo as coisas pelo ar
do armário para a tua cara larga.
desprezo é o que você tem tentado me doar
sem qualquer sucesso,
sem nenhuma sensatez.
sorvi dez litros de vinho
e vim aqui te dizer
o quanto eu não quero estar
trancada no seu buraco.
vim aqui dizer também
que quero que você suma
e em suma, quero sumir.
que é para não te ver
que é para espantar a Babylon de mim
que é pra tirar isso da cabeça
e "por o resto no lugar."
náusea: é o que você me causa
com essa personalidade mutante
metamorfoseando a minha cabeça
fazendo o meu pescoço cair
cada vez que alguma lamuria
escapa da tua boca
e pinga junto com saliva
na minha testa.
vim aqui dizer também,
que te quero.
porém, com muito pesar...
com muita tristeza
e com extrema alegria
de ter te descoberto ontem
para poder viver
rindo e catando
na minha cidade natal.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
é nóix
na frente dos bares aqui da PUC.
enquanto eu bebia a minha tônica
e fazia meu trabalhinho de politica.
toda fofa.
de meia e chinelo no pé.