sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

"o poeta é quem vê
o que não é de dizer
e ainda assim
DIZ."

Alice Ruiz



ps: não sei se já escrevi esse, só sei que é foda flw

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

diálogo com Deus.

''(...)E por que hei-de eu saber dos assuntos do Diabo, Sendo Deus, tens de saber de tudo, Até um certo ponto, só até um certo ponto, Que ponto, O ponto em que começa a ser interessante fazer de conta que ignoro.''

de O Evangelho Segundo Jesus Cristo.



+500 points for Saramago.

ABRAÇO.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Problema Social

Se eu pudesse eu dava um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão

Não aprendia as maldades que essa vida tem
Mataria a minha fome sem ter que roubar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguém
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguém

Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social

Se eu pudesse eu dava um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão
E nem o bom menino que vendeu limão
E trabalhou na feira pra comprar seu pão

Não aprendia as maldades que essa vida tem
Mataria a minha fome sem ter que roubar ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguém
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguém

Seria eu um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chamam pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social



ESSA MÚSICA DESTRÓI FLW

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Caro marido...

Já não sei o que me lembram mais essas tuas mil faces. De dia és assim: bonito, bom moço, bem vestido e polido de educação. À noite és um deus, uma figura mística, misteriosa e adornada de meias verdades. Não sai de si sequer um minuto, leva as situações ao fio da razão e jamais me implora clemência. Não compreendo a ti, mas sei que a tua persona – não grata – me compreende e me desvenda. Tira a minha mascara como quem tira a minha roupa. Despindo-me, fazendo de meu corpo um poço gélido, sem proteção, livre de armaduras e sujeito a destruição do teu olhar nocivo de brasas.
Eu quero que você me veja e me deixe te ver. Desejo tocar a tua alma como tocas a minha. Penetra no âmago do meu ser sem pedir licença e sem reparar os estragos causados. Desejo ver-te uma vez, ainda que somente uma vez, limpo daquelas tantas desculpas miseráveis que arranjas para me fazer ficar calada. Eu fico quieta, não solto um pio, uma palavra e nenhum suspiro. Você me ensinou pela dor a respeitar-te. O meu respeito te faz ser o rei que tu és, o grande general dessa casa, comandante/marido.
Mas enquanto ficas assim, alheio as tristezas da tua esposa querida, encontro nos braços daquele rapaz bem gentil o afago que não recebo em meu lar. Se soubesses disso me deixaria de castigo, doaria minhas jóias e meus chapéus de pele de chinchila. Faria de minhas unhas, garras caninas, grossas e sujas. Destruiria a minha beleza de dama tão maravilhosa e cordialmente direita que sou. Será em vão, meu caro marido. Fizeste com que eu ficasse aqui, frente ao fogão cuidando de tua saúde: mesmo estando em casa continuo a pensar com a alma impiedosa feminina que tenho. Nós, belas damas, não somos caridosas. Ousamos de intempestuosidade para com vocês e levamos a vida como a vida nos leva.
o amor é uma bosta que quando pisada, suja a nossa vida e acaba com a algria da limpeza e felicidade da liberdade.
"Ouça-me bem amor, preste atenção: o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões à pó."

Do mestre Cartola, O mundo é um moinho.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vitória da Tereza

Hugo diz:
*to aqui nessa buceta de ebuddy dos infernos.
TEREZA diz:
*UHAUEAHUEAUEHAUAHAUHEAHEAUHEA
*queria poder enxergar a sua raiva e rir até morrer
Hugo diz:
*diabo.
TEREZA diz:
*UHAUEHUAHUEHAEHUHUHAUEHAHEAUHEA
*adoro ver voce se fodendo
*mas e ai, tá namoral?
Hugo diz:
*eu digito e aperto ctrl+tab e a tela NAO MUDA, AFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF
*mas fora isso, na moral.
TEREZA diz:
*UAHEUAUEHUAHEUAHEUHAEHAUEHAUHEAUHEAEUAHEHAUEHAUEHAUEHAEUAHEUHEAUHEUAHEUAE
*tá, namoral mesmo...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Rosa

havia um vale ali.
onde não se enxergava além de colinas
e não se bebia alem daquelas águas.
haviam sete meninas naquele vilarejo.
uma que era a Violeta,
uma que era o Cravo,
o Ibisco, a Bromélia,
a Margarida, o Anturio
e a Rosa.
das seis primeiras não se esperava nada,
das rosas, a ultima era a mais bonita.
sem cheiro, pobrinha, vesguinha...
a mais bonita.
Rosinha amarelinha, pequena
abundada de ignorância.
sem veste, sem saia, de pé descalço
grosso, feio, imundo de terra
das raízes fracas que a fizeram.
aquela semente rota, sem vida
que pariu a Rosa mais linda, menos amarela...
e ninguém mirava a bela rosa daquele jardim,
e todos miravam a Violeta, instigavam, aguçavam
a Violeta, o Ibisco...
não, a Rosa nunca.
não era vista além daquele vale verde
de terra boa, gente honesta.
que não enxergava, não via,
andava sempre em frente, sem olhar além da montanha
que gerava a bestialidade
abortava a felicidade
e vingava a luxuria das flores daquele lugar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

carregar um blog nas costas é foda. Hugo filho da puta, estou sem idéias hoje. ve se posta alguma coisa nessa bosta. vai tomar no cu tranquilo flw

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Puta

Não exijo sentido para a vida palpável. Não quero explicação para a minha vida metafísica. Não acredito em uma só verdade. Desejo apenas que a morte seja rápida, límpida e clara. Desejo apenas que o sofrimento seja pleno enquanto breve. Justificável enquanto justo.
Não aspiro a felicidade pois sei que é um caso impossível. Não vejo no amor um escape para a minha vertigem. Vejo o amor como algo que faz sofrer, faz perder a vida e a vida. Faz esquecer a poesia do corpo, faz lembrar somente de dores, cores impactantes, flores que cheiram ao longe. O amor é a maior injustiça da humanidade. Depositamos em um ser não confiável toda a percepção de beleza da existência.
Não desejo a morte enquanto amo: quero florescer o egoísmo estando perto daquela matéria que me corta a pele a cada vez que a vejo. Lindo, lindo, lindo. E injusto. Incompetente. Hilário, debochado, sarcástico. Sarcástico, sarcástico, sarcástico.
Filosofei por dias e noites. Queimei belas idéias que mudariam o mundo. Fiz de tudo para descobrir apenas que desejo a morte rápida, límpida e clara. Enquanto eu não estiver amando.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Conversa de Comadre

De uma conversa fria
Um amor vazio
Um poeminha retrogrado
Da tua vida, sinto falta.

Do teu dia juntado ao meu dia
Da tua alegria
Do teu passado cansado
Da tua vida, sinto falta.

Da blasfêmia e falta de caráter
Dos nervos estourando
As veia tuas, vermelhas
Me queimando...

Da tua vida, sinto falta.

De ver-te assim
Todo nu, desarmado
Na andança das horas
Passando hoje, amanha

Sempre...
Por que da tua vida, sinto falta.

Da tua voz diária
Das tuas mãos de trabalhador
Honesto,
Modesto.

Do teu jeitinho, sinto falta.
Da tua vida também.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Delírio

Eu estou cercado de flores e o meu pé já não se mexe. Acho que me esqueceram nesse quarto de hospital. Para dizer a verdade, eu não sabia que estava no hospital... Acabei de saber quando abri os olhos. Por quanto tempo fiquei aqui? Acredito ser muito tempo. Minhas mãos estão secas e escuras devido a quantidade de pelos que saltam da superfície de meus dedos. Minhas unhas estão amarelas feito papel velho. Estou velho.
Abro a minha boca vagarosamente e escuto o barulho da minha salivação. Sinto a saliva descer pela minha garganta: há muito tempo eu não sentia isso. Será que passei anos sem fumar? Quanto avanço. Chego a conclusão de que estive em coma por algum tempo. Não sei quanto tempo.
Meus braços parecem pesar cerca de dez quilos. Tento levantá-los em vão; a dificuldade é imensa. Noto que suspiro devido ao meu fracasso. Não controlo sequer os movimentos dos meus braços. Será que voltarei a andar, ficar ereto, estralar os dedos? Coisas randômicas que passam despercebidas no meu cotidiano e que agora lembro saudosistamente.
Escuto o som excitante e agudo de salto de mulher. Não estive com muitas mulheres que usavam salto na vida: as mulheres sedutoras jamais olharam pra mim e reciprocamente nunca me chamam a atenção. A enfermeira velha e gorda que some diante do vidro pequeno da minha porta é nada menos excitante do que a minha situação aqui.
Sinto-me morto. Há flores por todos os cantos desse maldito quarto. Pareço estar num cemitério. Um clima odiosamente bucólico instaura-se por aqui. Repudio esse cheiro de mato e coisa da natureza. Quero botar meus pés no chão e ver como anda essa cidade linda e cinza. Mas estou preso dentro de meu próprio corpo. Quando alguém vai abrir essa droga de porta branca? “Enfermeiras, preciso de alta!”
Pouco a pouco começo a lembrar das coisas que eu gosto de fazer quando não estou em coma. Quero ouvir uma musica clássica e beber absinto. Quero ouvir o barulho dos pios da minha cacatua Ana. Quero cortar meus braços e pintar com sangue uma nova tela. Ah, eu amo aquelas pinturas feitas de sangue. Meu DNA perdido no meu trabalho, algo profundo e profano. Quero comer carne vermelha e palitar os dentes. Quero também beber cerveja. Quero fumar muitos cigarros. E que quero rezar para Buda, pois eu acredito nele – um velhinho obeso e simpático.
Uma samambaia ao meu lado. Que grande porcaria essa flor aqui. Qual é a utilidade de uma flor? Isso só pode ter vindo de uma pessoa: meu amigo Pedro. Ele tem essa mania de natureza e de comer porcarias verdes e integrais. Ele anda de chinelo. Quem foi o desgraçado que inventou o chinelo? Calçado ridículo que só serve para mostrar os dedos horrendos das pessoas. Mas voltando ao Pedro: ele anda de chinelo e calça. Sempre que o vejo ele esta com touca e nunca tira os óculos de sol. Nisso nós concordamos. Não existe no mundo nada mais indispensável do que os óculos escuros, mesmo durante a noite. O Pedro gosta de tomar chá e de animais. Eu gosto dos animais que podem estar na minha mesa durante o janta. Exceto a Ana. A Ana é uma cacatua linda. Companheiríssima.
Essa samambaia está olhando para mim. “Planta amaldiçoada, olhe para o outro lado por que você me incomoda.” Ela não para de olhar. A desprezível me encara nos olhos. Ah, se eu pudesse me levantar daqui. Jogaria esse lixo pela janela e gostaria que caísse milimetricamente na cabeça do Pedro. Aquele animal. Aquele hippie imundo.
Onde fora parar aquela vagabunda vestida de enfermeira? Estou sozinho aqui e preciso de uma explicação. Não sinto um bom cheiro vindo de mim: devo estar tão fétido quanto os esquilos do Pedro. Preciso de um banho, uma dose e uma explicação. Não me lembro de nada: sei que sou artista, moro no Alto Ipiranga, tenho uma cacatua linda e um amigo idiota. Quero a minha vida de volta. Bem lembrado: quero uma mulher nua também. Mas para isso preciso saber se ainda consigo ficar ereto.