quarta-feira, 28 de abril de 2010

me impressiona saber que as palavras que digo e escrevo causam efeitos gigantescos tão longe de mim. é impressionante saber, que uma pessoa que mora a quilometros e quilometros de distancia é capaz de me tirar o sono. sem transar, sem conversar, sem tocar, sem olhar. me parece mesmo um teste: será que somos capazes de amar sem contato físico algum? não digo que isso seja amor. um dia pode ter sido, mas hoje a questão resume-se a desejo.

sexual não. não resume-se a desejo. resume-se a uma vontade de trocar experiências. de mostrar algo novo, e receber algo novo em troca. não há mais amor, não há mais desejo. há uma experiênciaincrível. chega a assustar. é a coisa mais sexual que me aconteceu. mais sexual no sentido de integração de ideias. isso sim, pois não acredito que a essência da experiência sexual seja somente uma cona atrás de caño. tem palavras... ah, as palavras... essas causam um frio na barriga delicioso. é bom sentir loucuras e vontades através de palavras.

as vezes fico assustada por pensar: será que preciso mesmo tirar a roupa e deixar alguém subir em cima de mim? é tão gostoso a essência das palavras... é tão bom... é tão suave. erótico.

é quando lembro que além de tudo isso existe uma realidade. que é a realidade real - a paralela quem criou fui eu. porém, a paralela é boa. a fantasia é boa. o desprendimento das coisas usuais é exatamente pornográfico, instigante.

não, isso não é uma declaração de amor para um único ser. sinto-me assim com varias pessoas. pessoas de quem lembro, homens com os quais converso, homens com os quais apenas olho... homens inacessíveis. num dado encontro de mim comigo mesma, acerto o pulo e me pego sonhando, voando longe... essa capacidade me espanta. será que preciso mesmo tirar a roupa e deixar alguém subir em cima de mim?