sábado, 7 de janeiro de 2012

Por Deus! Como odeio suas unhas...

Deus sabia o quanto eu detestava aquelas unhas vermelhas. Sabe o quanto eu achava insultante que uma garota como ela pintasse aquelas unhas como se fosse uma biscate – unhas roídas, além de tudo. Alem de ser coisa de puta sem vergonha, ela fazia questão de roe-las para que eu me lembrasse a todo momento que tinha apenas dezessete maus vividos anos.

Eu me culpava. Que tipo de homem era eu que tentava comer minha prima de dezessete anos? Que tipo de filho da puta tentava roubar a única preciosidade da vida do meu tio viúvo? Pensava a todo momento enquanto olhava as nádegas marejarem-se da esquerda para a direita fazendo meus olhos encherem-se dos sentimentos mais aputrefados que um homem poderia ter.

Puta que pariu, minha mãe não pode saber disso. Tio Roberto, se souber, me mata. Devo a vida a ele. Me inscreveu no vestibular da USP para geografia,

[naqueles anos em que uma carreira era só uma questão de habito. Naqueles anos quando meu sakete era o que me fazia ser rebelde, pichador Robin-Hood]

me deu emprego no cursinho do qual era coordenador. Me ensinou que eu deveria ser doutor.

Agora eu estava para defender meu doutorado e dava aulas de Geologia II numa universidade renomada onde os alunos (otários) pagavam dois mil e quinhentos paus na mensalidade.

Graças ao pai da menina que eu desejava [incessantemente] foder.

Faria todas as misérias do mundo com o corpo magricela de Clara. Ela não tinha o estereotipo de mulher que me encantaria, mas era Clara.

[Clarinha... como odeio suas unhas de dinossaura, bebe!]

A mesma que carreguei no colo enquanto estava com o corpo fendendo a maconha. Vinte anos eu tinha. E ainda era apaixonado pela Gabriela. Nunca imaginei que pudesse ter uma ereção ao ver Clara nadar naquele piscina maravilhosa da casa do Tio Roberto. Ainda mais com minha filha no colo, ali, recém nascida.

Será que algum dia vão querer comer minha filha? Serão todos tão imundos quanto eu?

Clara, não sei... mas se você quiser aprender sobre o relevo do corpo masculino, estarei aqui, frente a você.

Rígido.

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