domingo, 28 de julho de 2013

botei no cu dos astros

é tempo para um poema
das pequenas coisas
que continuam fora do lugar

é tempo de botar o pé pra fora
e se acostumar
que sair de casa
agora é destino

o vento ocupa a cama
onde você costumava se deitar
comigo
eu e você, a sós

não me importo mais
com a janela aberta
pois nossos filhos
hoje são aborto

eu, que sou tão infantil
pensei que seria capaz de engravidar
pensei que seria bonito
crianças loiras
tão nossas


(leoninos são muito leais)


eu, que sou tão infantil
pensei que esquecer você seria fácil
mas no Brasil,
as pessoas não transam

ou talvez elas enxerguem
meus chifres
tão pesados de carregar

você me enfeitou
com chifres
agora sou uma vaca
vagabunda, como sou

espero que depois do meu inferno astral
as pessoas descubram que transar é bom
por que hoje, quem não me permite isso são os astros.

tenho fé.

boto no cu do astro.





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